Assisti esse filme há muitos anos e fui ver por causa do Rock Hudson, de quem fui e sou fã. Procurei o filme novamente e como não consegui postar nos meus canais do YouTube, estou postando aqui no blog.
Um filme além do seu tempo, mesmo filmado em preto e branco. Pode ser o melhor filme feito pelo diretor John Frankenheimer, ajudado pela cinematografia do mestre James Wong Howe. Howe foi indicado ao Oscar pelo seu trabalho. O filme ainda consta com o design gráfico e trilha sonora de ambos dois grandes do cinema: Saul Bass e Jerry Goldsmith, respectivamente. Além de Rock Hudson, grandes atuações de John Randolph, Will Geer, Jeff Corey, Murray Hamilton e Richard Anderson.
O filme chegou a ser vaiado no Festival de Cannes em 1966. Os críticos europeus foram tão hostis em relação ao filme que o diretor John Frankenheimer se recusou a deixar a cidade vizinha de Monte Carlo, onde estava filmando “Grand Prix”, para ir à conferência de imprensa. Em vez disso, mandaram Rock Hudson no lugar, que não foi capaz de responder as perguntas mais importantes durante a entrevista.
O enredo do filme, baseado em livro de David Ely, mostra um banqueiro de meia-idade, Arthur Hamilton (John Randolph), desinteressado na mulher e um trabalho sem futuro. Embora ele tenha muito dinheiro, não tem interesse em gastar em nenhum lugar.
Aí, ele ganha a oportunidade de começar uma vida completamente nova, quando ele recebe telefonemas de seu antigo amigo Charlie. Mas Arthur tinha ouvido falar que Charlie tinha morrido.
Arthur é depois apresentado a uma empresa que vai forjar a sua morte, criar um novo rosto e nova vida para ele. Depois de sofrer uma profunda cirurgia plástica e meses de treinamento e psicoterapia, Arthur volta ao mundo na forma do artista Tony Wilson. Ele tem uma bela casa em Malibu e um criado, um funcionário da empresa que está lá para ajuda-lo em seu ajuste à nova vida.
Wesley Addy faz o criado ou assistente que ajuda Tony Wilson e Salome Jens faz Nora Marcus, a mulher que se interessa por Tony.
Para filmar em público em um grande e movimentado terminal ferroviário, o diretor contratou um modelo masculino e uma coelhinha da Playboy para fazer cena nas escadarias e sendo filmados por uma equipe falsa. A distração permitiu à equipe verdadeira usar uma câmera de dentro de uma maleta.
Inicialmente o diretor estava relutante em chamar Rock Hudson para o papel, que ele achava que seria um ator peso leve e de papeis recentes de comédias, em comparação com um Laurence Olivier ou Kirk Douglas, outros atores que ele queria para o papel. Foi apenas depois que o agente de Hudson convenceu Frankenheimer em uma festa de que Hudson poderia fazer o papel, que ele seguiu com Hudson. Mais tarde, o diretor elogiou muito Hudson pelo papel. Na foto, Hudson com James Wong no centro e Frankenheimer à esquerda.
Foi o primeiro filme do ator John Randolph depois de 15 anos. Ele tinha sido relacionado na lista negra por suas simpatias de esquerda no começo dos anos 50.
As cenas da cirurgia plástica incluem várias de uma rinoplastia verdadeira sendo feita. O diretor fez várias cenas, depois que o cameraman desmaiou.
Rock Hudson ficou bêbado de verdade para a cena em que seu personagem se embebeda em uma festa.
Talvez a explicação de que o filme tenha se tornado um clássico, embora não tenha tido sucesso inicial comercial, possa ser que ninguém estava acostumado em ver Rock Hudson em um papel obscuro e de certo terror.
Segundo o diretor, foi ideia de Hudson ter dois atores diferentes para fazer os papeis de Arthur Hamilton/Tony Wilson, em vez de ser apenas um ator fazendo o papel dos dois com ajustes de maquiagem. O diretor concordou e realmente o efeito criado foi muito melhor.
Como Rock Hudson era quase 13 centímetros mais alto que o seu antigo eu, John Randolph, o ajuste de cena foi feito com uma cuidadosa escolha de ângulos de câmeras. Randolph e Hudson também passaram tempos juntos, antes da filmagem, para que Hudson pudesse copiar os maneirismos de Randolph. E Randolph também teve que treinar sua mão esquerda, porque Hudson era canhoto.
A casa da personagem Nora (Salome Jens) era, na verdade, já alugada e usada pelo próprio John Frankenheimer.
O roteirista Lewis John Carlino ficou chateado com o diretor Frankenhemer, porque ele decidiu apagar uma cena do filme, onde o personagem de Rock Hudson visita a sua filha, que, obviamente, não o reconhece. Carlino achava que a cena era importante para o desenvolvimento da parte final do filme e revelava que a misteriosa e muito discutida última cena do filme, onde o personagem de Hudson é visto à distância, brincando na praia com uma criança (nunca identificada), é tirada dessa sequência. A criança é a neta do personagem de Hudson.
Veja esse clássico pelo link abaixo.
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